PROSPERIDADE E ESCASSEZ
Mensagem de 25/11
José é um dos meus líderes preferidos da Bíblia. A montanha-russa que ele percorreu, de filho favorito a escravo, passando de mordomo a prisioneiro e chegando a vice-rei do Egito é espantosa e inspiradora. O desfecho dessa história oferece esperança para quem estiver enfrentando tempos difíceis: “Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem” (Gênesis 50:20). Um exemplo da intervenção de Deus nos negócios humanos para realizar Seus propósitos.
Tenho ponderado ultimamente sobre essa história, a partir de uma perspectiva diferente, ou seja, sobre as lições de cunho financeiro que ela contém. O ponto decisivo da experiência de José no Egito aconteceu quando ele interpretou dois sonhos para Faraó. Ele compreendeu que o Egito viveria sete anos de abundância, seguidos por sete anos de escassez. Assim, ele supervisionou os preparativos durante os anos de prosperidade, para que a população pudesse sobreviver nos anos de fome.
Sem querer fazer qualquer predição, tenho me perguntado se as nações que têm experimentado grande prosperidade, não poderiam em breve, ser confrontadas com um cenário similar - “anos de prosperidade versus anos de escassez” - por qualquer razão. Se isso for ainda que remotamente possível, seria sábio se, considerando as implicações da história de José, se começasse a preparar agora, durante os anos de continuada abundância, para as dificuldades nos anos por vir.
Por mais de duas décadas, muitas nações, particularmente no Ocidente, têm experimentado uma extraordinária prosperidade econômica. Por exemplo, desde 1982 os Estados Unidos enfrentaram apenas dois curtos e moderados períodos de recessão, com a duração de nove meses cada. O quão comum é isto? Considere que de 1900 a 1982 aconteceram 19 períodos de recessão, cada um surgindo em média, a cada três anos e meio depois do término do anterior. Além do forte crescimento econômico, as oscilações no mercado financeiro e no valor dos imóveis aumentaram ainda mais a riqueza individual e nacional. Sem dúvida que a economia recente e o grau de prosperidade que ela produziu têm sido incomuns.
O ideal seria se tivéssemos tirado vantagem dessa prosperidade para nos preparar, no plano pessoal e nacional, para futuras tempestades financeiras. Mas o oposto é que tem sido verdadeiro em larga escala. Vejamos alguns dados do mercado americano:
· Em 1982, pagamentos para cobrir dívidas familiares exigiram pouco mais de 1 de cada 10 dólares arrecadados em impostos. Em 2005, essa proporção cresceu para 1 de cada 7 dólares.
· Falências pessoais chegaram ao patamar de 31,6% em 2005. Neste ano, 1 entre cada 53 famílias pediu falência.
· A taxa de poupança caiu para - 0,5% em 2005, com os consumidores gastando mais do que ganham desde a Grande Depressão em 1932-33.
As notícias não são melhores em nível nacional, com cortes antecipados de vários Serviços Sociais. Mesmo com a recente prosperidade, não há esforços consistentes sendo feitos para corrigir esses problemas.
A Bíblia é clara em suas advertências quanto à dívida. Analisando as tendências e estatísticas financeiras é fácil enxergar o potencial para um revés em algum momento futuro. Graças a Deus por Ele nos ter dado princípios que nos mostram como nos prepararmos durante os anos de prosperidade que ainda restam: trabalhar diligentemente para estar livre de dívidas, estabelecer um fundo de poupança para emergências, investir no futuro e diversificar largamente.
José sabiamente guardou 20% da colheita de grãos, o que possibilitou salvar não apenas o Egito no período de fome, mas também as nações vizinhas. Esse deveria ser o nosso objetivo: sermos fiéis mordomos agora, nos tempos bons, preparando-nos para tempos difíceis no futuro. Com uma administração sábia e fiel podemos ser usados como José, como instrumentos do livramento de Deus em tempos de infortúnio, como os que estamos vivendo.
“Observe a formiga, preguiçoso, reflita nos caminhos dela e seja sábio! Ela não tem nem chefe, nem supervisor, nem governante, e ainda assim armazena as suas provisões no verão e na época da colheita ajunta o seu alimento” (Provérbios 6:6-8).
Que assim seja em nossas vidas, em nome de Jesus!
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