terça-feira, 26 de março de 2024

OLHANDO PARA OS DOIS LADOS

Pra. Maria Luísa Duarte Simões Credidio

"Eu me lembro dos teus julgamentos do passado e eles me confortam, ó Senhor" 

Sl 119.52

Mensagem de 26/3





        A pratica da fé cristã necessita de equilíbrio, de organização, de colocar tudo na medida certa.
        No Livro de Salmos, capítulo 19, versículo 52 está escrito:  "Eu me lembro dos teus julgamentos do passado e eles me confortam, ó Senhor".
        Esse texto se destaca principalmente por lembrar-nos da importância de olhar para trás. Precisamos reconhecer que a lei de Deus é muito mais do que mandamentos; são sugestões e orientações de um Pai que nos ama e quer cuidar de nós.
        Talvez uma boa explicação para esse Salmo seja a visão que temos quando entramos num carro para dirigi-lo. Quais são as coisas que vemos? O volante, os pedais, o painel de controle, o pára-brisa e os espelhos. Todos são importantes, mas dois deles dividirão a nossa atenção: o pára-brisa, também conhecido como vidro dianteiro, e o espelho. Para dirigirmos bem necessitamos dos dois.
        O espelho retrovisor nos ajuda a ver o que ficou para trás, ou o que está atrás. Deus nos convida a olhar para trás e reconhecer a sua amorosa atuação na história: na história do povo de Deus, na história mundial e também na história pessoal de cada um de nós. Fé significa lembrar o que passou e confiar no que ainda virá. Não temos dúvidas de que o Espírito Santo se encarrega desse processo em nossa vida.
        Mas não podemos limitar nossa vida a olhar só para o passado. Por isso os espelhos são bem menores que os pára-brisas. Passamos mais tempo olhando para a frente, para o que ainda virá. Em nossa vida precisamos olhar adiante, identificar caminhos e oportunidades, tomar decisões, estabelecer aonde queremos chegar.
        Às vezes, carregados de culpas, vivemos somente do passado, esquecendo que quando Deus nos perdoa através de seu Filho Jesus, o Cristo, ele realmente esquece o que fizemos de errado. Em outros momentos não conseguimos viver o presente porque estamos com o pé no passado, ocupando o nosso tempo somente com lembranças de outras épocas, de outras pessoas, de outras situações.
        O passado nos ajuda a viver, assim como os espelhos nos ajudam a dirigir. Mas a vida tem uma outra dimensão e outro enfoque: é do tamanho de um pára-brisas, para mostrar todas as oportunidades que temos em cada dia. Olhemos para a frente, sem esquecer que o passado nos ajudou a chegar até aqui.

OREMOS: Senhor, quando a minha mente está ocupada demais com as coisas de hoje, ajuda-me a olhar para trás e confiar no teu amor e na tua misericórdia. Amém!

 

segunda-feira, 25 de março de 2024

Matar um leão por dia????
Em vez de matar um leão por dia, aprenda a amar o seu.
Outro dia, fui almoçar com um amigo, perto de seus 70 anos, em uma rara
chance de absorver sabedoria.
Depois de um almoço em que falamos pouco de negócios e muito da vida,
ele me perguntou sobre meus negócios. Contei um pouco e disse:
- Empresário tem de matar um leão por dia.
Sua resposta, rápida e afiada:
- Não mate seu leão. Cuide dele.
Fiquei surpreso. Ele notou:
- O ditado diz que temos de matar um leão por dia. Por muitos anos,
acreditei nisso. Acordava todos os dias querendo encontrar o leão.
A vida foi passando. Quando cheguei aos 50 anos, meus negócios já
tinham crescido e precisava trabalhar um pouco menos, mas sempre me
lembrava do leão. Cheguei aos 60 e decidi que era hora de meus filhos
começarem a tocar a firma. Qual não foi minha surpresa ao ver que
nenhum dos três estava preparado! A cada desafio, parecia que iam
desmoronar emocionalmente. Para minha tristeza, tive de voltar à frente
dos negócios até conseguir contratar alguém, que hoje é nosso diretor-geral. Este fracasso me fez pensar muito. O que fiz de errado no meu plano de
sucessão? Hoje, do alto dos meus quase 70 anos, tenho uma suspeita: a
culpa foi do leão. Novamente, fiz cara de surpreso.
Ele disse:
- É. Pode ser que a culpa não seja 100% do leão, mas assim fica mais fácil justificar. Desde quando meus filhos eram pequenos, dei tudo a eles,
educação excelente, oportunidade de morar no exterior, estágio em
empresas de amigos. Mas, ao dar tudo, esqueci de dar um leão para cada,
que era o mais importante. Aprendi que somos o resultado de nossos
desafios. Com grandes desafios, nos tornamos grandes, com pequenos
desafios, nos tornamos pequenos. Quanto mais bravo o leão, mais gratos
temos de ser. Aprendi a não só respeitar o leão, mas a admirá-lo e a gostar
dele. Não devemos matar um leão por dia, mas cuidar do nosso. No dia
em que o leão em nossas vidas morrer, começamos a morrer junto com
ele.

Recebida via Henrique Eleutério

 

sábado, 23 de março de 2024

VIDA FRÁGIL

Pra.Maria Luísa Duarte Simões Credidio

"Regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração perseverantes"

Rm 12.12


"Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração"

Hb 4.7 c

Mensagem de 23/3

World Trade Center, Wtc, Cidade De Nova York




            Quando eu escrevi essa ministração, em 2004, era o dia em que completavam-se três meses do trágico atentado contra o World Trade Center. Me lembro que chorei muito quando vi cenas como aquelas, de pura destruição, como também ao ver a dor e a tristeza do povo afegão, sofrido por tantas guerras e pela opressão de décadas, agora sob fogo cerrado de uma batalha em que nunca quiseram entrar. Meia dúzia de fanáticos faz e um povo inteiro paga! Pensei: Quantas vidas estão deixando esse mundo sem conhecer o amor de um Deus misericordioso e perdoador, sem conhecer a Jesus!

            Sem significados ocultos nesse acontecimento, choca-nos a fragilidade da vida. Aqueles que perderam suas vidas naquele trágico acidente levantaram de suas camas com a mesma expectativa de vida que você e eu alimentamos a cada manhã: mais um dia cheio de coisas para fazer, mais um dia para desfrutar... Tiago 4.14 nos lembra o fato de que nossa vida "é como neblina que aparece num instante e logo se dissipa". Naqueles prédios, certamente haviam homens que, por causa de sua aliança com Deus, não tinham o que recear da morte. Estão agora face a face com Deus, em perfeita paz. Mas e os outros que se foram? E você? Está preparado para o dia do seu encontro com Deus? A qualquer instante podemos ser chamados para estar em sua presença. Pense nisso, reflita sobre isso e dê o rumo certo à sua vida.


OREMOS: Pai, apesar de sabermos que todos vamos morrer um dia, não nos preparamos para o encontro com o Senhor. Como diz Jeremias capítulo 17, versículo 7, "Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor." Não deixe que endureçamos nossos corações pelo engano do pecado. Ao contrário, se hoje ouvirmos a sua voz, que não endureçamos nossos corações, de maneira a podermos ouvir o que o Senhor espera de cada um de nós. Ampara-nos em nossa ingenuidade! E direciona-nos para o santo caminho da virtude, da honra e dos seus ditames. Que possamos ter o caráter de Cristo, é o que lhe pedimos, em nome de seu Filho Jesus! 

sexta-feira, 22 de março de 2024

SONHOS E UTOPIAS

 

Pra. Maria Luísa Duarte Simões Credidio

 

                                                  mensagem de 22/3

 

     Primeiro quero esclarecer um ponto: uma ovelhinha me procurou e perguntou porque, às vezes, minhas ministrações não trazem mais versículos iniciais. Respondi à ela que não preciso de um versículo inicial para falar da Bíblia. Apesar de ser composta por vários livros, a Bíblia é um livro só, que afirma uma única coisa. Depois, como diz um grande teólogo e amigo meu, a Bíblia lida em fragmentos  nos leva a coisas inesperadas e  deduções erradas. Ela é um livro que (faço questão de frisar) NÃO FOI ESCRITO POR DEUS,  mas sim por homens inspirados por Deus. Será que eles entenderam ipsis litteris aquilo que o Senhor queria dizer? E depois souberam passar fielmente isso para o papel? E a tradução? Será que foi fiel? Reflita sobre isso. E toda vez que um versículo ou um texto bíblico lhe trouxer dúvida, apegue-se aos 10 Mandamentos, esses sim, escritos por Deus!

     Escrever sobre o conteúdo da Bíblia, que acredito ter sido inspirada por Deus, não me obriga, de forma alguma, a citar versículos esparsos. Posso a fazê-lo. Mas não tenho obrigação nenhuma de agir dessa maneira.

     Hoje vamos falar de utopias. Daqueles sonhos que todos nós acalentamos e nutrimos em nossa mocidade e que morreram com o passar do tempo.

      Hoje muito se usa a expressão " já não se fazem jovens como antigamente". O que isso quer dizer? Que a juventude atual é alienada e omissa, uma vez que se recusa ao engajamento político. Nós  e aqueles da nossa geração, nos engajamos, lutamos, brigamos pela liberdade de imprensa, pela "paz e amor", pelas "diretas já", curtimos  Imagine dos Beatles como filosofia de vida, depos degringolamos para o Let it be, vimos jovens pintar seus rostos, defenderem impeachment e por aí afora.

      Stephen Kanitz diz sobre sua geração:

"A reunião de trinta anos com meus colegas da USP foi ainda mais surpreeendente. O mais engajado da época, o que mais pregava luta de classes, é hoje diretor de banco. Seu colega socialista, menos radical, é hoje o dono do banco. A maioria se desculpou dizendo: "Cansei de ajudar os outros" (sic), " estou ficando velho e preciso me preocupar comigo mesmo". Passaram a vida tramando uma revolução, perderam a chance de ajudar milhares de carentes com sua competência, inteligência e trabalho". A íntegra dessa entrevista do Kannitz sobre os 30 anos dos formandos da FEA-USP pode ser encontrada em  http://veja.abril.com.br/120901/ponto_de vista.html

        Stephen Kannitz admira a nova geração não engajada. Sabe porque? Porque cansada do discurso utópico do engajamento inativo, optou por mudar a vizinhança enquanto caminha na direção de mudar o Brasil. Em vez de ficar lutando por uma bandeira qualquer, eles se engajaram no terceiro setor, dando sua contribuição através de ONGs que fazem o que o governo não mais consegue fazer sozinho. Uma nova geração (há picaretas, como em todas as áreas e lugares, quero ressaltar) que busca melhores condições acadêmicas e profissionais e, ao mesmo tempo envolve-se em trabalho voluntário, sem alarde.

        Faz muito tempo (entrei na minha 1ª faculdade com 16 anos, em 1971- completava 17 no meio do ano-) que me desencantei dos chavões de "vamos mudar o mundo", "vamos fazer uma revolução". Aliás,  apesar de ter tido simpatia por eles, nunca consegui me engajar nos grupos que os defendiam porque meu pai era dono de uma grande construtora  e eu era colocada de escanteio, pois representava o empresariado opressor, a classe dominante.

       Desencantei-me desses discursos. Perdi a  utopia?, você vai me perguntar. Não! Só mudei de utopia! Creio cegamente que aos 17 anos a gente tem que ser revolucionário. Mas aos quarenta, meu irmão, está na hora de mudarmos o mundo com trabalho e competência . E aos cinquenta, com  ação  e exemplos !

         Vemos muito, principalmente nas Igrejas, gente querendo erradicar a fome da Namíbia sem ser solidária com o pobre que está sentado a seu lado, Vemos gente querendo tirar crianças da rua, sem enxergar o sobrinho que morre de vontade de estudar e não tem dinheiro para pagar o curso. Enfim, queremos fazer um "auê" pela alfabetização do país, sem sermos voluntários no programa de alfabetização que a empresa onde trabalhamos promove. Vemos quem prega a Palavra - e não trabalha -, dizendo que o marido exige que na 4ª quinta-feira do mês fique em casa para descansar, como se não houvessem aqueles que  não precisassem ouvir a Palavra na 4ª quinta-feira do mês ! E por aí afora...

     O Novo Testamento traz uma utopia. Mas não é a utopia de um mundo todo iluminado. Não! É a utopia das cidades edificadas sobre os montes, onde vivem os bem aventurados. Nessas cidades há multiplicação dos sinais de justiça, que o mundo não consegue deixar de reconhecer. Aí todos olham as cidades iluminadas, olham as pessoas que moram nelas praticando boas obras e glorificam ao Pai que está nos céus.

     A utopia de vencer a injustiça não exige muito. Exige que enxerguemos que os injustiçados estão bem perto de nós, às vezes ao nosso lado. E a partir daí, trabalhar por eles e repartir com eles. Eu já contei que tinha uma tio general, que comandava  o 2º Exército e o extinto SNI e que  insistia em dizer: "Ninguém muda o mundo, sem mudar o que está á sua volta. Uma revolução começa dentro do seu lar".

     Portanto, meu irmão, quem ama de verdade, ama seu próximo seja ele quem for. Quem se preocupa com os que estão longe demonstra , como diria Salomão em Eclesiastes, no superlativo, " vaidade de vaidades", palavra traduzida por Haroldo de Campos( in Quando tudo não é o bastante, São Paulo, Nobel, 1999. pg.22) como  névoa de nada, inutilidade, futilidade, ausência de sentido. Que  não levam a coisa alguma. É por aí que você quer seguir? Pense nisso. 

quarta-feira, 20 de março de 2024

 DESIGREJADOS: A ARMADILHA EM QUE MUITOS CAEM


Pra.Maria Luísa Duarte Simões Credidio


Publico aqui hoje, um texto feito em cima de um estudo do do Rev. Augustus Nicodemus Lopes, que creio que põe uma pedra sobre esse tema. Nele, é abordado o que defendem os "desigrejados" e derruba, um a um, os argumentos deles. Leiam! É extremamente edificante! Acabemos com esse movimento que vem crescendo mais a cada dia!


   


Os Desigrejados

Para mim resta pouca dúvida de que a igreja institucional e organizada está hoje no centro de acirradas discussões em praticamente todos os quartéis da cristandade, e mesmo fora dela. O surgimento de milhares de denominações evangélicas, o poderio apostólico de igrejas neopentecostais, a institucionalização e secularização das denominações históricas, a profissionalização do ministério pastoral, a busca de diplomas teológicos reconhecidos pelo estado, a variedade infindável de métodos de crescimento de igrejas, de sucesso pastoral, os escândalos ocorridos nas igrejas, a falta de crescimento das igrejas tradicionais, o fracasso das igrejas emergentes – tudo isto tem levado muitos a se desencantarem com a igreja institucional e organizada.

Alguns simplesmente abandonaram a igreja e a fé. Mas, outros, querem abandonar apenas a igreja e manter a fé. Querem ser cristãos, mas sem a igreja. Muitos destes estão apenas decepcionados com a igreja institucional e tentam continuar a ser cristãos sem pertencer ou frequentar nenhuma. Todavia, existem aqueles que, além de não mais frequentarem a igreja, tomaram esta bandeira e passaram a defender abertamente o fracasso total da igreja organizada, a necessidade de um cristianismo sem igreja e a necessidade de sairmos da igreja para podermos encontrar Deus. Estas idéias vêm sendo veiculadas através de livros, palestras e da mídia. Viraram um movimento que cresce a cada dia. São os desigrejados.

Muitos livros recentes têm defendido a desigrejação do cristianismo (*livros citados no fim da ministração). Em linhas gerais, os desigrejados defendem os seguintes pontos.

1) Cristo não deixou qualquer forma de igreja organizada e institucional.

2) Já nos primeiros séculos os cristãos se afastaram dos ensinos de Jesus, organizando-se como uma instituição, a Igreja, criando estruturas, inventando ofícios para substituir os carismas, elaborando hierarquias para proteger e defender a própria instituição, e de tal maneira se organizaram que acabaram deixando Deus de fora. Com a influência da filosofia grega na teologia e a oficialização do cristianismo por Constantino, a igreja corrompeu-se completamente.

3) Apesar da Reforma ter se levantado contra esta corrupção, os protestantes e evangélicos acabaram caindo nos mesmíssimos erros, ao criarem denominações organizadas, sistemas interligados de hierarquia e processos de manutenção do sistema, como a disciplina e a exclusão dos dissidentes, e ao elaborarem confissões de fé, catecismos e declarações de fé, que engessaram a mensagem de Jesus e impediram o livre pensamento teológico.

4) A igreja verdadeira não tem templos, cultos regulares aos domingos, tesouraria, hierarquia, ofícios, ofertas, dízimos, clero oficial, confissões de fé, rol de membros, propriedades, escolas, seminários.

5) De acordo com Jesus, onde estiverem dois ou três que crêem nele, ali está a igreja, pois Cristo está com eles, conforme prometeu em Mateus 18. Assim, se dois ou três amigos cristãos se encontrarem no Frans Café numa sexta a noite para falar sobre as lições espirituais do filme O Livro de Eli, por exemplo, ali é a igreja, não sendo necessário absolutamente mais nada do tipo ir à igreja no domingo ou pertencer a uma igreja organizada.

6) A igreja, como organização humana, tem falhado e caído em muitos erros, pecados e escândalos, e prestado um desserviço ao Evangelho. Precisamos sair dela para podermos encontrar a Deus.

Eu concordo com vários dos pontos defendidos pelos desigrejados. Infelizmente, eles estão certos quanto ao fato de que muitos evangélicos confundem a igreja organizada com a igreja de Cristo e têm lutado com unhas e dentes para defender sua denominação e sua igreja, mesmo quando estas não representam genuinamente os valores da Igreja de Cristo. Concordo também que a igreja de Cristo não precisa de templos construídos e nem de todo o aparato necessário para sua manutenção. Ela, na verdade, subsistiu de forma vigorosa nos quatro primeiros séculos se reunindo em casas, cavernas, vales, campos, e até cemitérios. Os templos cristãos só foram erigidos após a oficialização do Cristianismo por Constantino, no séc. IV.

Os desigrejados estão certos ao criticar os sistemas de defesa criados para perpetuar as estruturas e a hierarquia das igrejas organizadas, esquecendo-se das pessoas e dando prioridade à organização. Concordo com eles que não podemos identificar a igreja com cultos organizados, programações sem fim durante a semana, cargos e funções como superintendente de Escola Dominical, organizações internas como uniões de moços, adolescentes, senhoras e homens, e métodos como células, encontros de casais e de jovens, e por ai vai. E também estou de acordo com a constatação de que a igreja institucional tem cometido muitos erros no decorrer de sua longa história.

A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR

Dito isto, pergunto se ainda assim está correto abandonarmos a igreja institucional e seguirmos um cristianismo em vôo solo. Pergunto ainda se os desigrejados não estão jogando fora o bebê junto com a água suja da banheira. Ao final, parece que a revolta deles não é somente contra a institucionalização da igreja, mas contra qualquer coisa que imponha limites ou restrições à sua maneira de pensar e de agir. Fico com a impressão que eles querem se livrar da igreja para poderem ser cristãos do jeito que entendem, acreditarem no que quiserem – sendo livres pensadores sem conclusões ou convicções definidas – fazerem o que quiserem, para poderem experimentar de tudo na vida sem receio de penalizações e correções. Esse tipo de atitude anti-instituição, anti-disciplina, anti-regras, anti-autoridade, anti-limites de todo tipo se encaixa perfeitamente na mentalidade secular e revolucionária de nosso tempo, que entra nas igrejas travestida de cristianismo.

É verdade que Jesus não deixou uma igreja institucionalizada aqui neste mundo. Todavia, ele disse algumas coisas sobre a igreja que levaram seus discípulos a se organizarem em comunidades ainda no período apostólico e muito antes de Constantino.

1) Jesus disse aos discípulos que sua igreja seria edificada sobre a declaração de Pedro, que ele era o Cristo, o Filho do Deus vivo em Mt 16.15-19: 
(Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?
E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.
Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;
E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.

 A igreja foi fundada sobre esta pedra, que é a verdade sobre a pessoa de Jesus (cf. 1Pd 2.4-8).             E, chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa,
Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.
Por isso também na Escritura se contém:Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido.
E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina,
E uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.)

 O que se desviar desta verdade – a divindade e exclusividade da pessoa de Cristo – não é igreja cristã. Não admira que os apóstolos estivessem prontos a rejeitar os livre-pensadores de sua época, que queriam dar uma outra interpretação à pessoa e obra de Cristo diferente daquela que eles receberam do próprio Cristo. As igrejas foram instruídas pelos apóstolos a rejeitar os livre-pensadores como os gnósticos e judaizantes, e libertinos desobedientes, como os seguidores de Balaão e os nicolaítas (cf. 2Jo 10; Rm 16.17; 1Co 5.11; 2Ts 3.6; 3.14; Tt 3.10; Jd 4; Ap 2.14; 2.6,15). Fica praticamente impossível nos mantermos sobre a rocha, Cristo, e sobre a tradição dos apóstolos registrada nas Escrituras, sem sermos igreja, onde somos ensinados, corrigidos, admoestados, advertidos, confirmados, e onde os que se desviam da verdade apostólica são rejeitados.

2) A declaração de Jesus acima, que a sua igreja se ergue sobre a confissão acerca de sua Pessoa, nos mostra a ligação estreita, orgânica e indissolúvel entre ele e sua igreja. Em outro lugar, ele ilustrou esta relação com a figura da videira e seus galhos (João 15). Esta união foi muito bem compreendida pelos seus discípulos, que a compararam à relação entre a cabeça e o corpo presente em Ef 1.22-23,:
(E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja,
Que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.0
 e a relação marido e mulher de Ef 5.22-33: 
(Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor;
Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo.
De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos.
Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,
Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.
Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;
Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos.
Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne.
Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.)

 e entre o edifício e a pedra sobre o qual ele se assenta (1Pd 2.4-8). Os desigrejados querem Cristo, mas não querem sua igreja. Querem o noivo, mas rejeitam sua noiva. Mas, aquilo que Deus ajuntou, não o separe o homem. Não podemos ter um sem o outro.

3) Jesus instituiu também o que chamamos de processo disciplinar, quando ensinou aos seus discípulos de que maneira deveriam proceder no caso de um irmão que caiu em pecado em Mt 18.15-20:
(Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão;
Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada.
E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.
Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu.
Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus.
Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.)

 Após repetidas advertências em particular, o irmão faltoso, porém endurecido, deveria ser excluído da “igreja” – pois é, Jesus usou o termo – e não deveria mais ser tratado como parte dela. EStá emMt 18.17:           
(E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.)
 Os apóstolos entenderam isto muito bem, pois encontramos em suas cartas dezenas de advertências às igrejas que eles organizaram para que se afastassem e excluíssem os que não quisessem se arrepender dos seus pecados e que não andassem de acordo com a verdade apostólica. Um bom exemplo disto é a exclusão do “irmão” imoral da igreja de Corinto (1Co 5). Não entendo como isto pode ser feito numa fraternidade informal e livre que se reúne para bebericar café nas sextas à noite e discutir assuntos culturais, onde não existe a consciência de pertencemos a um corpo que se guia conforme as regras estabelecidas por Cristo.

4) Jesus determinou que seus seguidores fizessem discípulos em todo o mundo, e que os batizassem e ensinassem a eles tudo o que ele havia mandado em Mt 28.19-20 
(Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.)
Os discípulos entenderam isto muito bem. Eles organizaram os convertidos em igrejas, os quais eram batizados e instruídos no ensino apostólico. Eles estabeleceram líderes espirituais sobre estas igrejas, que eram responsáveis por instruir os convertidos, advertir os faltosos e cuidar dos necessitados  em     At 6.1-6: 
(Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.
E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.
Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.
Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.
E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia;
E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.)

e  em At 14.23 :
(E, havendo-lhes, por comum consentimento, eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido.)
Definiram claramente o perfil destes líderes e suas funções, que iam desde o governo espiritual das comunidades até a oração pelos enfermos (1Tm 31-13; Tt 1.5-9; Tg 5.14).

5) Não demorou também para que os cristãos apostólicos elaborassem as primeiras declarações ou confissões de fé que encontramos (cf. Rm 10.9; 1Jo 4.15; At 8.36-37; Fp 2.5-11; etc.), que serviam de base para a catequese e instrução dos novos convertidos, e para examinarem e rejeitarem os falsos mestres. Veja, por exemplo, João usando uma destas declarações para repelir livre-pensadores gnósticos das igrejas da Ásia  em 2Jo 7-10 
(Se alguém  vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa nem lhe deis boas vindas;)  e em 1Jo 4.1-3: 
(Amados, não deis crédito a qualquer espírito: antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas tem saído pelo mundo afora.
Nisto reconhecereis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus  não procede de Deus). 
Ainda no período apostólico já encontramos sinais de que as igrejas haviam se organizado e estruturado, tendo presbíteros, diáconos, mestres e guias, uma ordem de viúvas e ainda presbitérios (1Tm 3.1; 5.17,19; Tt 1.5; Fp 1.1; 1Tm 3.8,12; 1Tm 5.9; 1Tm 4.14). O exemplo mais antigo que temos desta organização é a reunião dos apóstolos e presbíteros em Jerusalém para tratar de um caso de doutrina – a inclusão dos gentios na igreja e as condições para que houvesse comunhão com os judeus convertidos (At 15.1-6  
Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos.
2.Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo e Barnabé, e alguns dentre eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, sobre aquela questão.
3.E eles, sendo acompanhados pela igreja, passavam pela Fenícia e por Samaria, contando a conversão dos gentios; e davam grande alegria a todos os irmãos.
4.E, quando chegaram a Jerusalém, foram recebidos pela igreja e pelos apóstolos e anciãos, e lhes anunciaram quão grandes coisas Deus tinha feito com eles.
5.Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés.
6.Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto.
.
A decisão deste que ficou conhecido como o “concílio de Jerusalém” foi levada para ser obedecida nas demais igrejas (At 16.4), mostrando que havia desde cedo uma rede hierárquica entre as igrejas apostólicas, poucos anos depois de Pentecostes e muitos anos antes de Constantino.

6) Jesus também mandou que seus discípulos se reunissem regularmente para comer o pão e beber o vinho em memória dele em Lc 22.14-20:
(Quando chegou a hora, Jesus e os seus apóstolos reclinaram-se à mesa.
E disse-lhes: "Desejei ansiosamente comer esta Páscoa com vocês antes de sofrer.
Pois eu lhes digo: Não comerei dela novamente até que se cumpra no Reino de Deus".
Recebendo um cálice, ele deu graças e disse: "Tomem isto e partilhem uns com os outros.
Pois eu lhes digo que não beberei outra vez do fruto da videira até que venha o Reino de Deus".
Tomando o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: "Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim".
Da mesma forma, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: "Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês.)

 Os apóstolos seguiram a ordem, e reuniam-se regularmente para celebrar a Ceia (At 2.42; 20.7; 1Co 10.16). Todavia, dada à natureza da Ceia, cedo introduziram normas para a participação nela, como fica evidente no caso da igreja de Corinto no primeiro capítulo- 1Co 11.23-34-, onde é dito: 
(Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão;
E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.
Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.
Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor.
Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.
Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.
Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.
Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.
Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros.
Mas, se algum tiver fome, coma em casa, para que não vos ajunteis para condenação. Quanto às demais coisas, ordená-las-ei quando for.)


Não sei direito como os desigrejados celebram a Ceia, mas deve ser difícil fazer isto sem que estejamos na companhia de irmãos que partilham da mesma fé e que crêem a mesma coisa sobre o Senhor.

É curioso que a passagem predileta dos desigrejados – “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18.20) – foi proferida por Jesus no contexto da igreja organizada. Estes dois ou três que ele menciona são os dois ou três que vão tentar ganhar o irmão faltoso e reconduzi-lo à comunhão da igreja (Mt 18.16). Ou seja, são os dois ou três que estão agindo para preservar a pureza da igreja como corpo, e não dois ou três que se separam dos demais e resolvem fazer sua própria igrejinha informal ou seguir carreira solo como cristãos.

O meu ponto é este: que muito antes do período pós-apostólico, da intrusão da filosofia grega na teologia da Igreja e do decreto de Constantino – os três marcos que segundo os desigrejados são responsáveis pela corrupção da igreja institucional – a igreja de Cristo já estava organizada, com seus ofícios, hierarquia, sistema disciplinar, funcionamento regular, credos e confissões. A ponto de Paulo se referir a ela como “coluna e baluarte da verdade” na primeira Epístola de 1Tm 3.15:
(Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade.) 
E o autor de Hebreus repreender os que deixavam de se congregar com os demais cristãos em Hb 10.25. 
(Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia.)
 O livro de Atos faz diversas menções das “igrejas”, referindo-se a elas como corpos definidos e organizados nas cidades (cf. At 15.41; 16.5; veja também Rm 16.4,16; 1Co 7.17; 11.16; 14.33; 16.1; etc. – a relação é muito grande).

No final, fico com a impressão que os desigrejados, na verdade, não são contra a igreja organizada meramente porque desejam uma forma mais pura de Cristianismo, mais próxima da forma original – pois esta forma original já nasceu organizada e estruturada, nos Evangelhos e no restante do Novo Testamento. Acho que eles querem mesmo é liberdade para serem cristãos do jeito deles, acreditar no que quiserem e viver do jeito que acham correto, sem ter que prestar contas a ninguém. Pertencer a uma igreja organizada, especialmente àquelas que historicamente são confessionais e que têm autoridades constituídas, conselhos e concílios, significa submeter nossas idéias e nossa maneira de viver ao crivo do Evangelho, conforme entendido pelo Cristianismo histórico. Para muitos, isto é pedir demais.

Eu não tenho ilusões quanto ao estado atual da igreja. Ela é imperfeita e continuará assim enquanto eu for membro dela. A teologia Reformada não deixa dúvidas quanto ao estado de imperfeição, corrupção, falibilidade e miséria em que a igreja militante se encontra no presente, enquanto aguarda a vinda do Senhor Jesus, ocasião em que se tornará igreja triunfante. Ao mesmo tempo, ensina que não podemos ser cristãos sem ela. Que apesar de tudo, precisamos uns dos outros, precisamos da pregação da Palavra, da disciplina e dos sacramentos, da comunhão de irmãos e dos cultos regulares.

Cristianismo sem igreja é uma outra religião, a religião individualista dos livre-pensadores, eternamente em dúvida, incapazes de levar cativos seus pensamentos à obediência de Cristo.
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NOTA:
(*) Podemos mencionar entre eles: George Barna, Revolution (Revolução), 2005; William P. Young, The Shack: a novel (A Cabana: uma novela), 2007; Brian Sanders, Life After Church (Vida após a igreja), 2007; Jim Palmer, Divine Nobodies: shedding religion to find God (Joões-ninguém divinos: deixando a religião para encontrar a Deus), 2006; Martin Zener, How to Quit Church without Quitting God (Como deixar a Igreja sem deixar a Deus), 2002; Julia Duin, Quitting Church: why the faithful are fleeing and what to do about it (Deixando a Igreja: por que os fiéis estão saindo e o que fazer a respeito disto), 2008; Frank Viola, Pagan Christianity? Exploring the roots of our church practices (Cristianismo pagão? Explorando as raízes das nossas práticas na Igreja), 2007; Paulo Brabo, Bacia das Almas: Confissões de um ex-dependente de igreja (2009).

 HÁ SALVAÇÃO ATÉ NO PRESÍDIO


Pra. Maria Luísa Duarte Simões Credidio


"Creia no Senhor Jesus e você será salvo- você e as pessoas da sua casa"

At 16.31

Mensagem de 13/3


            Também nas cadeias aguarda-se com ansiedade, uma notícia boa: Absolvição! Fim de pena! Liberdade!

            Vejam o que aconteceu na cidade de Filipos onde Paulo e Silas estavam presos. À meia noite, após  um forte tremor de terra abrir os portões, o carcereiro, desesperado, queira suicidar-se pois, a pena por deixar um preso fugir era a morte. "Mas Paulo gritou bem alto: Não faça isso! Todos nós estamos aqui!" E então aconteceu algo pouco comum. "O carcereiro entrou na cela e se ajoelhou, tremendo, aos pés de Paulo e Silas. Depois levou os dois para fora e perguntou: Senhores, o que devo fazer para ser salvo?" A resposta veio logo: "Creia no Senhor Jesus e você será salvo- você e as pessoas da sua casa. Então eles anunciaram a palavra do Senhor ao carcereiro e a todas as pessoas da casa dele". At. 16.28-32.

            É mais um relato com final feliz, quando tudo parecia indicar o contrário. Verdadeiramente Deus opera maravilhas! Antes disso acontecer, mesmo surrados e amarrados em troncos, os servos de Jesus "estavam orando e cantando hinos a Deus, e os outros presos escutavam" (v.25). O carcereiro havia sido tocado por este comportamento e testemunho. E não há melhor resposta para quem anseia por perdão e salvação do que esta que Paulo anunciou: "Creia no Senhor Jesus e você será salvo!" Aliás, este anseio, esta busca que irrompe  nas palavras "O que devo fazer para ser salvo", jamais deve ser ignorado ou sufocado! É desta forma que Deus nos atrai a si e quer operar os seus milagres em nossa vida. Na casa do carcereiro de Filipos tudo mudou, definitivamente, para melhor, com Jesus!


OREMOS: Obrigado, Senhor, pelo evangelho que me apresenta o Salvador Jesus e me convida a crer nele. Amém.

quinta-feira, 14 de março de 2024

LIVRES

Pra. Maria Luísa Duarte Simões Credidio

"E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará"

Jo 8.32

Mensagem de 14/3


            Dois homens discutem após um julgamento:
            -Cara, como é que conseguiram absolver aquele homem?- disse um deles.
            -Sei lá. só sei que a defesa trabalhou muito bem!- respondeu o outro.
            -Mas...devem ter armado alguma...inventado alguma coisa....- exclamou o primeiro.
            Bom, não importa se foi mentira ou se foi verdade. O que importa  para ele, é estar livre agora.- foi a resposta do segundo.
            Esta cena não é rara em nossos dias, num sistema legal judicial que parece privilegiar mais a argumentação do que a constatação.
            Jesus não tem essa visão, no Evangelho de João, capítulo 8, versículo 32, ele afirma: " e conhecerão a verdade e a verdade os libertará". Ou seja, a liberdade verdadeira só existe através da verdade. A mentira e a falsa argumentação podem garantir a liberdade das grades de hoje. A Palavra de Jesus garante a liberdade das algemas eternas.
            Essa liberdade foi conquistada por Jesus. Não num tribunal, mas numa cruz depois de condenado por um tribunal que, aliás, faltou com a verdade. Com sua morte e ressurreição. Jesus nos colocou em liberdade da condenação da lei de Deus, que nos exigia uma perfeição que jamais alcançaríamos.
            Como cristãos, temos muitas amarras a desprender ainda. Mas podemos exercer a liberdade que a verdade da Palavra de Deus nos proporciona. Em Cristo, somos livres do jeito que realmente importa: através da verdade que é a salvação!

OREMOS: Querido Deus, obrigada pela verdade, que é Cristo. Ela realmente me faz livre! Em nome de Jesus. Amém!