segunda-feira, 10 de outubro de 2022

UMA HISTÓRIA DE MINHA INFÂNCIA

Pra. Maria Luísa Duarte Simões Credidio 

"A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, a não ser o amor com que deveis amar-vos uns aos outros. Porque quem ama o próximo cumpriu a Lei. Pois não cometerás adultério, não matarás, não roubarás, não cobiçarás e qualquer outro preceito se resume nesta palavra: Amarás o próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo, pois o amor é o cumprimento da Lei"

Rm 13.8-10



            A carta de Paulo me lembra uma história que ouvia na minha infância. Na hora de nos botar para dormir, a dedicada Zita às vezes nos contava esta história:

            Dizem que num grande navio, viajavam as virtudes, os dons e os sentimentos. Instalados na primeira classe, cercados de toda mordomia, estavam o Orgulho, a Riqueza e a Soberba. Ne terceira classe e até mesmo nos porões, viajavam a Humildade, a Obediência, o Desapego e o Amor. Outras virtudes e dons raríssimos tais como a Resignação, a Aceitação e a Disponibilidade, viajavam clandestinamente ou em troca de seus serviços. Também estavam a bordo a Sabedoria, a Tristeza e a Alegria.

            E a viagem ia muito bem, até que, de repente, o navio bateu numa rocha e começou a afundar. Pressentindo o perigo, o Amor entrava correndo em todos os cantos do navio para avisar os passageiros, um por um...Sem descansar um só segundo, ele ajudou a descer do barco os botes salva-vidas. Estava tão preocupado com o bem estar dos outros, que não reservou sequer um colete salva vidas para si. Nem pensou em sua própria sobrevivência.

            Quando a água invadiu o navio, o Amor agarrou-se ao mastro e começou a gritar por socorro. Já estava quase se afogando, quando viu a Riqueza passando em um barquinho e gritou:

            -Riqueza, me leve com você!

            Ao que ela respondeu:

            -Impossível, meu barco está lotado de ouro, prata e jóias.Não tem lugar para nada. Para você entrar, eu teria que me desfazer de alguma coisa valiosa e não quero isso. - E seguiu seu caminho...

            Em seguida passou a Vaidade e o Amor pediu novamente:

            -Vaidade, por favor, e ajude!

            E ela respondeu:

            -Desculpe, mas você está todo molhado e cheio de graxa, vai sujar o meu lindo barquinho! Fique tranquilo, pois logo deve aparecer alguém, com um barco mais simples e lhe dará carona. - E foi-se embora...

            Mais tarde passou a Tristeza, e o Amor fez uma nova tentativa:

            -Tristeza, posso ir com você?

            -Sinto muito, mas o fato do navio  estar afundando, me deixou tão triste e desolada que prefiro viajar sozinha! - E assim abaixou a cabeça para não ter que olhar o Amor nos olhos e continuou sua viagem, sem se importar com ele.

            Logo passou a Alegria e, mais uma vez o Amor implorou:

            -Alegria, me ajude!

            Mas a Alegria sentindo-se salva, pulava e cantava tão alto, que nem ouviu os gritos do Amor.

            O Amor, desiludido, cansado e desanimado, já estava perdendo as esperanças, quando passou um barco com algumas senhoras dentro e lhe fizeram o convite:

            -Venha rápido para o nosso barco, vamos levá-lo a um lugar seguro.

            Desesperado, o Amor entrou no barco e deixou-se guiar por aquelas senhoras. Calmamente  e com muita habilidade, elas remaram até uma ilha, onde todos os outros haviam se refugiado e lá deixaram o Amor.

            Nessa ilha, o Amor logo encontrou a Sabedoria e perguntou-lhe:

            -Sabedoria, você que tudo sabe, me diga que são aquelas senhoras que me salvaram, enquanto os outros nem se incomodaram comigo?

            -Aquelas são as Boas Ações- respondeu a Sabedoria- somente elas são capazes de salvar e preservar o Amor. Enquanto houverem Boas Ações, o mundo será melhor e o Amor jamais morrerá...


MORAL A HISTÓRIA: 1 Co 13.13:

"Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine.
Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei.
Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas não tiver amor, nada disso me valerá.
O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.
Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.
O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará.
Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos;
quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá.
Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino.
Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.
Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor."  AMÉM!







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