domingo, 18 de junho de 2023

 VAMOS FALAR SOBRE FESTAS JUNINAS?

Pra. Maria Luísa Duarte Simões Credidio

Mensagem de 18/6

Não terás outros deuses além de mim. Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra...

 Êxodo 20:3-6. 


Estou fazendo essa postagem hoje, porque publiquei uma foto de minha neta de 1 ano e 8 meses, vestida de caipira, participando da quadrilha da escolinha que frequenta e logo apareceu uma pessoa legalista, me inquirindo nos seguintes termos: "A senhora, uma pastora, deixa sua neta participar de festa junina? Isso é idolatria!"


            Então vamos ensinar algumas coisas, a essa pessoa, uma pseudo crente que sequer conhece as escrituras! E para isso, tenho que ensinar a ela como surgiram as festas juninas.

                                       Origem das festas juninas


            Os historiadores apontam que as origens das festas juninas estão diretamente relacionadas a festividades pagãs realizadas na Europa na passagem da primavera para o verão, momento chamado de solstício de verão. Essas festas eram realizadas como forma de afastar os maus espíritos e qualquer praga que pudesse atingir a colheita. Para melhor entendermos isso, é preciso considerar que o solstício de verão no hemisfério norte acontece exatamente no mês de junho. Esclarecido? Era então uma festa de pedidos de proteção para a futura safra e que fosse afastada das plantações qualquer ação maléfica, que pudesse prejudicá-las. Aí a idolatria se manifesta quando cada povo pedia essa proteção ao seu deus, ao deus que acreditavam. Querem um exemplo? Os gregos pediam proteção à deusa Deméter. Deméter é a deusa grega da colheita, da fertilidade, da terra cultivada, do direito sagrado e detém o ciclo da vida e da morte das plantas e pessoas. Foi a reveladora da agricultura para o ser humano e o orientou sobre o cultivo do milho e do trigo. Por isso, é também conhecida como deusa da agricultura. Já os romanos pediam à deusa Ceres. Ceres era a equivalente romana a deusa grega Deméter e representava o poder produtivo do solo, da agricultura e, em geral, a prosperidade. Também era tida como a deusa da fertilidade, tanto do solo, como de pessoas. Ceres era filha do deus Saturno e Ops e irmã de Juno, Vesta, Netuno e Plutão. Em vários mitos, ela é vista como mãe de diferentes divindades, refletindo seu papel como deusa da fertilidade. Ela compartilhava um relacionamento duplo com o deus da lei e da ordem, Júpiter. Ademais, além de irmã era uma esposa para ele e juntos eles tiveram uma filha, Prosérpina. Era, portanto, uma deusa devassa e cruel. Quando sua filha foi raptada por Plutão, Ceres percebeu que sua filha havia sumido, e ela procurou em todos os cantos da Terra por Prosérpina. À medida que a deusa da agricultura e da fertilidade ficava mais furiosa, a fome começou a se espalhar. Isso deixou Júpiter, o deus romano supremo, muito nervoso. Desse modo, ele temia que todas as pessoas da Terra morressem, o que era um problema, porque então não sobraria ninguém para adorá-lo. Então, ele enviou seu mensageiro, Mercúrio, para falar com Plutão, que era irmão de Júpiter. Assim, Plutão concordou em deixar Prosérpina partir. Segundo algumas histórias, ele obriga Prosérpina a comer seis sementes de romã (o que criou o mito de no ano novo se guardar 6 sementes de romã na carteira, para que não falte dinheiro),e segundo outras versões, ela mesma o faz. Vou parar os exemplos por aqui, pois creio que já entenderam que ninguém idolatra esses deuses por essas terras brasilis.

A cristianização das festas juninas

            As comemorações realizadas por diferentes povos pagãos europeus começaram a ser cristianizadas a partir do momento em que o Cristianismo(e aqui falo do de Roma, ou seja a versão abraçada pela Igreja Católica Apostólica Romana), se consolidou como a principal religião do continente europeu. Assim, a festa originalmente pagã foi incorporada ao calendário festivo do catolicismo. E numa artimanha para atraírem fiéis, atribuíram certas datas e santos à ela. Tivemos então a instituição do dia 13 como o de Santo Antonio, o santo casamenteiro, do dia 24, a São João e do dia 29 a São Pedro. Essa foi uma prática comum da Igreja Católica. Para facilitar a conversão dos diferentes povos pagãos, fazia-se uma aculturação das festividades, adicionando-as ao calendário católico e acrescentando nelas elementos cristãos. A cristianização da festa está diretamente relacionada ao estabelecimento de comemorações de importantes figuras do catolicismo, exatamente na época da passagem para o verão, entre as quais se destacam Santo Antônio (homenageado dia 13 de junho), São João (dia 24) e São Pedro (dia 29). Por fim, muitos elementos típicos das comemorações pagãs ganharam novo significado

A chegada da festa junina ao Brasil

            O começo da festa junina ao Brasil remonta ao século XVI. As festas juninas eram tradições bastante populares na Península Ibérica (Portugal e Espanha) e, por isso, foram trazidas para cá pelos portugueses durante a colonização, assim como muitas outras tradições. Quando introduzida no Brasil, a festa era conhecida como festa joanina, em referência a São João, mas, ao longo dos anos, teve o nome alterado para festa junina, em referência ao mês no qual ocorre, junho.

           Inicialmente, a festa possuía uma forte tom religioso – conotação essa que se perdeu em parte, uma vez que é vista por muitos mais como uma festividade popular do que religiosa. Além disso, a evolução da festa junina no Brasil fez com que ela se associasse a símbolos típicos das zonas rurais tais como o milho, a fogueira e as comidas típicas elaboradas com ingredientes colhidos nessa época. O crescimento da festividade aconteceu sobretudo no Nordeste, região que atualmente possui as maiores festas. A maior festa junina do país acontece na cidade de Campina Grande, localizada no estado da Paraíba. Em 2017,o evento recebeu aproximadamente 2,5 milhões de pessoas.    

            Durante as festas juninas no Brasil, são realizadas danças típicas, como as quadrilhas da qual minha netinha participou. Também há produção de inúmeras comidas à base de milho e amendoim, como canjica(um tipo de milho), pamonha, pé de moleque, além de bebidas como o quentão. Outra característica muito comum é a de se vestir de caipira de maneira caricata. 

            Isto posto, e seguindo a nossa Constituição, que diz que nosso país é laico( e aqui posto o que essa palavra quer dizer, segundo o Dicionário Oxford: que ou aquele que é hostil à influência, ao controle da Igreja- seja ela qual for!- e do clero sobre a vida intelectual e moral, sobre as instituições e os serviços públicos), pergunto à pessoa que me criticou por deixar minha neta dançar quadrilha na escolinha que frequenta: "ONDE ESTÁ A IDOLATRIA????" Será que uma criança de menos de dois anos já adora Deméter ou Ceres? Ou sabe quem é Sto Antonio, São João e São Pedro? Me poupem desse tipo de cretinice! A escola dela não fez uma festa de adoração a ninguém. Só manteve o costume folclórico brasileiro, de se dançar quadrilha em Junho. Portanto, não está ofendendo a Bíblia em nada! Até pelo contrário: ela que é filha de pai e mãe protestantes, pode até ensinar o que aprende em casa, a outras crianças...Como por exemplo, consagrar a comida que vai comer. Apesar da pouca idade, ela ergue a mãozinha sobre o prato e balbucia uma série de palavras ininteligíveis para nós, mas que tenho certeza, sobem direto aos ouvidos do Senhor. Imita o que os pais fazem.

            Querida pessoa: você tem vocação para apedrejadora. Não se esqueça que o próprio Messias, não permitiu que ninguém atirasse a primeira pedra, apenas chamando o povo a examinar sua consciência. Pois lhe sugiro a mesma coisa: olhe para si mesma, para sua vida. E veja se nunca pecou...Atirar pedras é fácil. O difícil é amar da forma como Jesus nos pediu no Novo Testamento: igual a Ele nos amou...

            E por fim, sugiro que estude a Bíblia! Você não sabe o que ela diz. Eu gosto de arte barroca. Tive uns santos barrocos dentro de casa. E se não os tenho mais, foi porque foram levados num furto à minha residência. Eu não os adorava, portanto não ofendia a Bíblia em nada! Estude-a mais um pouco. Use o tempo que usou para me repreender, para aprender. Isso fará de você, uma pessoa mais feliz e não tão amarga como é. Que Deus a abençoe e tire a escama dos seus olhos! 


            

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