segunda-feira, 27 de outubro de 2014

DAY AFTER. E AGORA BRASIL?


Saiu rachado da eleição?

 
01. Se uma garrafa tem água até sua metade, ela está “meio vazia” ou “meio cheia”? Como devemos encarar esse fenômeno: com otimismo (meio cheia) ou com pessimismo (meio vazia)? De acordo com a pesquisa global da Telefónica com os “millennials” (jovens entre 18 e 30 anos), realizada pela Pen Schoen Berland, de junho a agosto/14, 9 em cada 10 jovens brasileiros (nessa faixa etária) estão otimistas com o futuro (estão satisfeitos com a vida pessoal); 3 em cada 4 acreditam que os melhores dias estão por vir; 43% estão com emprego estável e 20% com empreendimento próprio; pensam (dois terços deles) que a educação é a chave para a formação pessoal; a escola só perde em relevância para a família (79%) e ganha da religião (41%); 55% usarão as redes sociais para documentar, denunciar e divulgar suas necessidades, deslizes e abusos de quem quer seja (veja Flávia Oliveira Globo 19/10/14: 48). Frequentemente temos a impressão de que o otimismo faz parte do DNA do brasileiro.
02. Contrariando todos os prognósticos dos especialistas econômicos, o Datafolha sinalizou (há uma semana) uma virada na onda eleitoral e isso teria como causa o otimismo do brasileiro com o futuro da economia. Descrença, repúdio e massacre total (nas redes sociais) contra essa constatação. Mas isso já tinha ocorrido antes. Em 1998, Fernando Henrique venceu no 1º turno (com 53% dos votos válidos). A inflação estava em 1,7%. Os demais indicadores econômicos (daquele ano) não lhe eram favoráveis: crescimento econômico zero, aumento do desemprego (taxa de 10%) e arrocho nos salários. O povo, no entanto, acreditava no seu poder de domar e controlar a inflação. Isso lhe deu a vitória (veja José Paulo Kupfer Globo 24/10/14: 17).
Esse mesmo articulista levanta a seguinte hipótese (em relação a 2014): será que o mercado de trabalho (baixa taxa de desemprego, menos de 5%) e o aumento do consumo (da classe C) não cumpriram eleitoralmente neste ano o mesmo papel que o controle da inflação representou em 1998? Apesar de todos os problemas, os brasileiros (pesquisas Ipsos), de 2010 a abril de 2014, sempre ocuparam o primeiro lugar no ranking dos otimistas com a economia (hoje, atrás dos indianos, os brasileiros ocupam a 2ª posição com 57% acreditando no futuro da economia). A classe C, que gastou R$ 1,2 trilhões em 2013, já representa 50% do consumo no Brasil. Ela entrou no mercado de consumo para ficar.
Saindo do campo subjetivo do otimismo e entrando na realidade objetiva: entre 1985 e 2012, o crescimento médio do PIB brasileiro (per capita) foi de apenas 1,4% (Marcos Mendes, Por que o Brasil cresce pouco?). O melhor período foi 2004-2012 (2,8%). Em 2013 o aumento foi de 2,3%. O desempenho do Brasil de 1985 a 2010 (1,3%) é considerado fraco, diante da Colômbia (1,6%,), Peru (1,8%), Argentina (1,9%), Espanha (2,1%), Portugal (2,4%), Chile (4,2%), Índia (4,4%), Coreia do Sul (5,4%), China (8,5%) etc. Mesmo crescendo pouco, a realidade brasileira em números é a seguinte: milhões de pobres (maioria deles) beneficiados por programas assistenciais, classe C (mais 100 milhões de pessoas) consumindo mais de R$ 1 trilhão por ano, maior parte da classe média alta com bons salários e/ou ganhos (quando comparados internacionalmente) e classe rica cada vez mais rica (os 10% mais ricos no Brasil possuem agora 73% da riqueza do país; 225 mil pessoas são milionárias; 1,9 mil são bilionários – Valor 15/10/14: D2). Compreender o Brasil é uma tarefa bastante complicada.
Conclusão: se diante do baixo crescimento econômico os povos no mundo todo não se suicidam coletivamente nem se autodissolvem (Cristóbal Montes), com muito mais razão não farão isso nunca os brasileiros (que amam viver, sobretudo com muito otimismo). Nem mesmo depois de uma eleição renhida (marcada por pancadarias no atacado e no varejo) o Brasil chegará ao fim. Saiu rachado da eleição? Sim, mas o Brasil sempre foi dividido (pelo apartheid socioeconômico). De qualquer modo, a oposição ficou muito mais forte. Juntar os cacos quebrados depois de uma eleição não é tarefa fácil, mas isso não significa o fim do mundo. Somente depois da redemocratização (1985), esse fenômeno já ocorreu 7 vezes. O Brasil não melhorou tanto quanto gostaríamos, mas tampouco acabou. Quando nos convencemos de que nunca vamos triunfar, a consequência nefasta é a de que abandonamos qualquer tipo de esforço transformador. Pior: nem sequer mantemos nosso ânimo elevado, confiando no nosso crescimento e na nossa evolução como seres humanos. A julgar pelo que dizem, os brasileiros, por ora, seja pelo otimismo, seja pelas condições das maiorias em todas as classes sociais (pobres, classe C, classe média alta e ricos), estão longe desses males devastadores.
Luiz Flávio Gomes
Professor

sábado, 18 de outubro de 2014

VOTE NA DILMA!

VOTE NA DILMA!
(Arnaldo Jabor)
VOTE NA DILMA!
As promoções da época!
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Mas não é só isso, votando na Dilma você também leva, inteiramente grátis (GRÁTIS???) um Fernando Collor de presente.
Não pense que a promoção termina aqui.
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Tudo isto e muito mais...
O TSE retirou este comentário do Arnaldo Jabor do Site da CBN. 
ESSE TEXTOPRECISA E DEVE SE TRANSFORMAR NA MAIOR CORRENTE QUE A INTERNET JÁ VIU!!!
Não deixe de repassar! É o mínimo que podemos fazer diante de tanta corrupção!  

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A JABUTICABA DOS SENADORES SEM VOTOS

A jabuticaba dos senadores sem votos
01. Não é somente a jabuticaba que diferencia mundialmente o Brazilquistão. De acordo com as atuais regras do deplorável jogo político cada senador é eleito com dois desconhecidos suplentes, que não recebem um único voto. Na atualidade, 18 senadores suplentes estão em exercício. Mais dois estão com cadeiras garantidas a partir de 1/2/15 (em razão da eleição de senadores para os governos do Piauí e de Mato Grosso). Outras oito vagas podem abrir conforme os resultados do 2º turno (RJ, SP, MG, DF, MS, CE, PA e AM). Democracia sem voto: uma jabuticaba bem brazilquistanesa! Como é possível que ainda exista esse tipo de anomalia na legislação eleitoral? Isso não é um estelionato eleitoral? Não seria mais democrático se o segundo colocado nas eleições assumisse o mandato? Por que é difícil mudar essa regra? Mais grave: vários senadores escolhem empresários ricaços para suas suplências, muitos deles responsáveis por financiar a campanha dos titulares. Pior ainda: há também o caso de senadores que têm como suplente um parente. Soma-se aqui a pouca-vergonha com o nepotismo, filhotismo e parentismo!
02. Nosso correspondente ainda informa que os mandatos de mais seis senadores estarão em jogo a partir da revelação da delação premiada de Paulo Roberto Costa (recebimento de propinas), que ainda está sob sigilo no STF. No total, portanto, podem ser 34 senadores sem votos (mais de 1/3 da Casa). As carregadas folhas de antecedentes que os parlamentares ostentam, no entanto (40% dos senadores e dos três deputados federais mais votados recentemente apresentam problemas com a Justiça ou com os Tribunais de Contas), não são propriamente a causa dos pensamentos que acudem de tropel a imaginação mais sobressaltada de boa parte de suas excelências. A delação premiada é uma bomba-atômica que envolveria cerca de 40 políticos, que vão ter que enfrentar processos e, eventualmente, mandados de prisão aos cardumes. Esse é o estado deplorável em que o País se encontra, sendo público e notório que os princípios da desorganização e da destruição já se infiltraram por todos os poros do corpo social que, apesar de alguns progressos, nas votações para o Parlamento, deixa sérias dúvidas sobre seus sinais vitais de reabilitação do princípio da decência.
03. De qualquer modo, a julgar pelas fontes fidedignas que confirmam as noites mal dormidas de suas excelências (especialmente depois que o ministro Teori Zavascki afirmou que incontáveis autoridades e políticos estão citados na delação de PRC), são funestos os caracteres que, dançando e fulgurando com magia infernal nessas almas deveras atribuladas (Lisboa), exprimem palavras como escândalos, prisões, processos, cassações e, sobretudo, perda de grande parte da fortuna amealhada pela pilhagem desavergonhada do dinheiro público (PRC teve que devolver R$ 70 milhões) que rega, desde o século XVI, aqui na Ilha de Brazilquistão, as alegrias fugazes, os banquetes nababescos assim como as contas bancárias polpudas de alguns inescrupulosos bafejados pela confiança quadrienal do povo majoritário que carimba burocraticamente suas eleições ou reeleições contínuas, perpetuadoras do grande mal que assola e vergasta impiedosamente o futuro do promissor País.
Solução: no ano passado, após as manifestações de junho, os senadores votaram e aprovaram uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que prevê o fim do segundo suplente assim como a proibição de indicação de parentes. Essa proposta, como se vê, é absolutamente insuficiente. Melhor seria que fosse sempre aproveitado (em caso de vacância) o segundo senador mais votado de cada Estado, posto que conta com legitimação democrática para assumir o mandato. Enquanto nas periferias ou centros degenerados a população ignara e desorientada vegeta marginalizada e abandonada à própria sorte, sem urbanização ou sem mobilidade urbana, sem hospitais e sem médicos, sem escola de qualidade, sem estabilidade no emprego (que reflete uma situação de absoluta precariedade), sem desfrutar dos resultados do progresso (Brasil é a 7ª economia do mundo), os “fidalgos ou nobres”, chamados protocolarmente de excelências, devido à proximidade com o poder, se mantêm na base do protecionismo, nepotismo, filhotismo, parentismo, patrimonialismo, fisiologismo, das concessões mútuas, dos favores pessoais e dos privilégios de toda espécie. Tudo começa com a convivência com o poder corrompido e não demora nada para se passar para a conivência com a degenerada situação. A força da política nacional reside justamente nos comportamentos mais abjetos e vis, que absurdamente foram elevados a valores máximos no seio da podre elite inescrupulosa que nos domina.

Publicado prioritariamente no site JusBrasil